sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Prefeito de Palhoça quer dar voltinha de ônibus


Santa Catarina
Por Lidiane Ramos Leal.
A polêmica em torno dos candidatos a prefeito de Palhoça, município do litoral catarinense, começou nas convenções, conforme informamos http://desacato.info/2012/07/a-eleicao-2012-em-palhocasc/ .

O fato é que, Ivon de Souza (PSBD) foi eleito, mesmo estando com a candidatura impugnada, porém o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) negou sua diplomação. Desse modo, o candidato tucano, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O cenário político de Palhoça é o seguinte, Ivon de Souza (PSDB), esperando a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), se confirma ou não o registro de sua candidatura. Enquanto o segundo colocado Camilo Martins (PSD) é alvo de um processo movido pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por abuso de poder econômico e pode ter sua candidatura cassada, caso assuma o cargo.
Enquanto a justiça analisa como se resolverá a situação da prefeitura de Palhoça, o vereador Nirdo Arthur Luz, o Pitanta (DEM), eleito presidente da câmara, assume como prefeito interino.
Pitanta começou sua carreira política em 1976, ou seja, são 36 anos de vida pública, elegendo-se 8 mandatos consecutivos como vereador. Ao longo de seu trajeto sempre foi filiado ao Partido da Frente Liberal – PFL, hoje Democratas – DEM.
Sua gestão é compartilhada nos dois perfis pessoais que dispõe no facebook, isso é até interessante, ao passo que a sociedade pode acompanhar algumas de suas ações enquanto prefeito. Uma situação que me chamou bastante atenção foi a seguinte: Conforme nota divulgada pela Guarda Municipal de São José, na manhã do dia 22 de janeiro, a Guarda Municipal constatou um ônibus da empresa Paulotur, (que atende os bairros do sul do município de Palhoça) transitando na Avenida Beira Mar de São José, sem condições de circulação, de modo que estava sem freio e com os pneus lisos, além de estar com a documentação atrasada. Diante das circunstâncias o ônibus foi apreendido até que a empresa regularize a situação. Claro que esperamos que a empresa se dê conta que tal descaso está colocando em risco a vida da população que precisa acessar esse serviço.
De maneira imediata e bem disposta, Pitanta se manifestou no facebook, conforme verificamos.
Mesmo com tantos anos de vida pública, somente agora Pitanta parece ter se dado conta das fragilidades do transporte público no sul de Palhoça. Ao que me consta, o monopólio da empresa Paulotur há tempos vem usando e abusando da população. Isso incluí horários de ônibus escassos, preços altos das passagens, ônibus quebrando no meio do trajeto, dentre outras situações. Como por exemplo, se você está no centro da Palhoça e precisa chegar na Praia da Pinheira, muitas vezes é necessário entrar nos bairros Formiga, Furadinho, Pontal, Praia de Fora, Marivone, Enseada do Brito pra chegar ao bairro desejado, ou esperar um tempo considerável para embarcar no próximo ônibus. Claro que você vai ficar em pé na maior parte do percurso, pois a empresa vai atender a demanda de todos esses bairros, mas ao mesmo tempo e de qualquer jeito, e não faz diferença o conforto do usuário, já que quem tem que lucrar é a Paulotur, e ela pode! Principalmente, porque é a única empresa que atende os bairros do sul de Palhoça.
Bom, fico satisfeita que o Pitanta se dispôs a “pegar um desses ônibus para constatar”, claro que esperamos que ele não faça isso em seu horário de expediente, pois estamos pagando seu salário para executar funções de prefeito, conforme já discutimos aqui no portal http://desacato.info/2012/08/as-atribuicoes-dos-prefeitos-e-as-das-gentes-2/  . Caso essa prática seja indispensável, (mesmo depois de tantos anos de vida pública) certamente devemos nos preocupar seriamente com essa gestão, pois será complicado vivenciar cada serviço (assistência social, saúde, educação, entre outras não menos importantes) antes de tomar atitudes eficazes, eu diria que até mesmo impossível. Ora, me questiono, o prefeito irá verificar se a documentação está atrasada, o pneu liso e sem freios, por exemplo, “pegando o ônibus”?
Seguindo essa lógica, a meu ver, seria inimaginável o exercício de algumas profissões, vejamos: Para um assistente social atender uma situação de exploração sexual, como ele fará se não tiver sofrido a referida violência? Não teria outra forma para o profissional compreender essa demanda? Será necessário se submeter a tal violência para atender essas situações e responde-la de maneira eficaz? Será essa a lógica do prefeito interino? Francamente…
Foto: Guarda Municipal de São José.
Postado em: http://desacato.info/2013/01/prefeito-de-palhoca-quer-dar-voltinha-de-onibus/

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