terça-feira, 22 de maio de 2012

Colombo e o cursinho pré-vestibular da UFSC

Por Lidiane Ramos Leal.

Nos últimos dias uma grande mobilização tomou conta das redes sociais. Dessa vez, os catarinenses prejudicados foram os estudantes de escolas públicas, que através de um importante movimento e um belíssimo ato de resistência, solicitam que o governador Raimundo Colombo mantenha o convênio junto a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para que possam ter acesso ao cursinho pré-vestibular. Já que a escola pública, por conta de todas as consequências referentes à desvalorização, não é suficiente para garantir o acesso dos estudantes às universidades públicas, mesmo diante das cotas para alunos da rede pública.



O cursinho pré-vestibular da UFSC teve início em 2003. E conta com a parceria do Estado desde 2008, o que levou a expansão para outras cidades do estado, para além da Capital. Já em 2011 o cursinho aconteceu em 29 cidades, com 31 unidades de ensino e um total de 3,1 mil alunos. O referido cursinho apresenta significativos índices de aprovação nos vestibulares de universidades públicas.

A nova reitora da UFSC Roselane Neckel, em anuncio, lamenta que “o governo estadual não quer dar continuidade ao projeto de inclusão social dos cursinhos espalhados por Santa Catarina, que possibilita estudantes sem condições, inclusive econômicas, de ingressar na UFSC”.

Em contrapartida, o Secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, defende que o governo não participará do convênio no primeiro semestre, haja vista a necessidade de reorganizar o investimento da pasta por conta do reajuste da folha de pagamento dos professores. E ainda, os gastos na infraestrutura das escolas.  O valor do convênio entre o Governo do Estado e a UFSC é de R$ 3 milhões por ano, o suficiente para que o curso pré-vestibular volte a ser viabilizado aos alunos provenientes de escolas públicas.

O interessante disso tudo, é que parece existir um propósito em criar uma luta entre a classe trabalhadora, à medida que o governador afirma que por conta da manifestação dos professores (justa, aliás justíssima!), os vestibulandos que estudaram em escolas públicas não terão acesso ao cursinho. Dessa forma, Colombo visa promover o embate: professores x alunos.

Seria importante maiores informações acerca desse processo por parte do governador, e de forma muito imediata, pois nós, a sociedade, continuamos no aguardo e decerto esperando que esse grande mal entendido se resolva o mais rápido possível. Afinal, a gente não quer só comida.

Figura: Lidiane Ramos Leal.

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